Triumph Tiger 1200 XCA - uma aventura britânica

Quando fui convidado pelo Bob Sharp e pelo Paulo Keller para ser editor do MOTOentusiastas, a primeira coisa que me veio à mente foi testar motocicletas na cidade e na estrada. Mas quando descobri que a primeira motocicleta para testar seria a Triumph Tiger 1200 XCA, logo veio a ideia foi realizar uma aventura.
A vocação da Tiger de ser estradeira e de rodar fora da estrada surgiu antes da famosa moto homenageada na dita matéria. Durante a Primeira Guerra Mundial, o governo da Inglaterra deu à Triumph a missão de equipar o Exército Real, o Royal Army.
Outro fato importante para a marca é que a primeira motocicleta a atravessar o continente africano, em 1927, foi uma Triumph de apenas 5 cv, e ainda com sidecar, aquele carro lateral. Dois jovens americanos, James Wilson e Francis Flood, percorreram 5.470 quilômetros de savanas e desertos, incluindo o Saara, da Nigéria até o Mar Vermelho. James escreveu o livro “Three-Wheeling through Africa” (Pela África em três rodas) e posteriormente, sua viagem foi relatada no livro “Worlds to Explore: Classic Tales of Travel & Adventure” (Mundos por explorar, contos clássicos de viagem & aventura), lançado pela National Geographic Society.
Também me planejei — como os americanos malucos, que mal sabiam pilotar moto e que empurraram a velha Triumph por uma boa parte do caminho — para uma viagem com a nova Tiger 1200 pela Rodovia Rio-Santos. Este trecho da BR-101 sempre foi cenário de aventuras tupiniquins. Antes da chegada do asfalto, os maiores desbravadores eram os surfistas, que viajaram de carro por estradas de terra e por dezenas de quilômetros de faixas de areia. Em 1986, com o asfalto, as praias de Bertioga e Guaratuba receberam durante três anos consecutivos o Enduro das Praias, inspirado no rali de velocidade Le Touquet, na França. Participar dessas provas foi a experiência mais radical da minha adolescência. Mas foram as curvas da rodovia, que passam muito próximas às praias, que seduziram os entusiastas das duas rodas a se aventurarem durante os finais de semana. Me incluo nessa tribo. Ou seja, não foi muito difícil planejar a viagem com a Tiger 1200.
Preparei minha Go Pro Hero 7 e instalei um microfone de lapela no capacete. Amarrei uma mochila de acessórios no bagageiro e levei outra nas costas.
Aí, segue o 1º vídeo de teste da Tiger 1.200:
Quanto mais nos aproximamos da Serra do Mar, as estradas vão ficando mais inexploradas e muitas vezes, viram trilhas, subidas íngremes. Em alguns trechos, tem até mesmo como ir de uma praia até outra pelos morros com Mata Atlântica densa, que permitem curtir o visual.
Escolhi algo nada radical para a Tiger 1200, mas com uma boa buraqueira, algumas lombadas para saltar e curvas que me despertaram um cuidado especial. E, alguma vegetação na circunferência externa das curvas foram aproveitadas como paredes de pista de motocross.
Bom, depois desse “rolê” fui tomar um pouco de vento pelo asfalto e voltei para a terra em Paúba. Mas dessa vez, só curtindo. Dei uma leve entrada na areia. Sentei ao lado da Tiger 1200 acabando essa miniaventura, pensando em realizar uma longa viagem. Atravessar o Atacama para surfar no Chile ou acompanhar um rali.
Agora sim, o 2º vídeo. Que é mais bacana que o 1º por ter off-road:
Ao final, escrevi uma matéria sobre o teste incluindo uma ficha técnica da Tiger 1200, que se demonstrou ser uma britânica muito refinada e excepcional do ponto de vista do conjunto, que é mais on do que off-road. E, definitivamente, a big-trail é o meu estilo preferido de motocicleta!
E o melhor resultado mesmo, foram com os views dos dois vídeos, gerando muitos comentários qualificados no YouTube!
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